Tuesday, September 30, 2014

Declaración a la Puta, mi amor

Puta, mi amor!
Nuestro amor és un estupro consentido!
Una papinha de bebê orgânica!
Una TPM controlada!
Una abstinência desejada!
Una canción que no tiene fin jamás!
Te quiero simpre, mi amor!
Vamos hacer legado juntos!
Deixar legado!
Poner fuego en nuestra tierra!
Sacudir las estruturas de nuestra casa!
Te quiero ahora, mi amor!
Escucha la voz del Gran, mi amor!
Toma cuidado!
Atención a la fiación, a los pregos del camiño, mi amor!
Puta, mi vida!
Puta, cariño!
Puta, mi amor!
No me pierda jamás!

Siempre tuyo,

Peres.

(Texto dedicado também a amiga Cássia: pelo encontro, pela troca, pelo sim, pela relação seriamente reveladora, amorosa, tesuda e limítrofe que nasceu entre as nossas criaturas.)

Friday, September 26, 2014

Coisas que me disseram de Barros à Jaguaribara

ME DIZ SOBRE O SEU LUGAR
 "Ao ver os escombros da casa onde nasceu, Mathusalém não conteve as lágrimas: 'Eu e meus irmãos, brincávamos debaixo dessa árvore, lembro de ficar correndo com os meninos, nesse espaço da frente. A gente costumava ir ajudar o papai a espremer cana-de-açúcar pra gente tomar com limão', conta, emocionado."


AUTO RETRATO FALADO

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.

Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
      aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
      entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto 
      meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou 
      abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que
      fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam. 
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
      coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

Manoel de Barros

O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos

Manoel de Barros



ME DIZ SOBRE ELE E DO QUE ELE ANDA FAZENDO

"Irmã Bernadete conta um dos momentos mais emocionantes de toda essa história: 'Havia um pescador, inconsolado de cócoras ao lado do rio, chorando muito. Sua mudança já estava toda no CARRO e estavam aguardando ele para partir. Eu fui até ele e fiquei do seu lado, quando ele perguntou ´ Irmã, como é que eu vou me separar desse rio?´, e eu respondi que ele voltasse lá sempre que sentisse saudades."


O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS
Uso palavras para compor meus silêncios
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.

Manoel de Barros



Toda vez que encontro uma parede
ela me entrega às suas lesmas.

Não sei se isso é uma repetição de mim ou das
lesmas.
Não sei se isso é uma repetição das paredes ou
de mim.
Estarei incluído nas lesmas ou nas paredes?
Parece que lesma só é uma divulgação de mim.
Penso que dentro de minha casca
não tem um bicho:
Tem um silêncio feroz.
Estico a timidez da minha lesma até gozar na pedra.
Manoel de Barros


" A visita foi acompanhada pelo vereador Mathusalém Maia, que foi o primeiro a saber das ruínas, a Coordenadora de Cultura do município, Mariane Souza e pelo guia Gil Queiroz, sendo os dois primeiros antigos moradores da cidade."

Conheço de palma os dementes de rio.

Fui amigo do Bugre Felisdônio, de Ignácio Rayzama
e de Rogaciano.
Todos catavam pregos na beira do rio para enfiar
no horizonte.
Um dia encontrei Felisdônio comendo papel nas ruas
de Corumbá.
Me disse que as coisas que não existem são mais
bonitas.
Manoel de Barros




"Hoje, a população aguarda ansiosamente o projeto de construção da Casa da Memória, um museu que contará toda a história desse momento importante para a história da cidade. Os poucos objetos que restaram da velha cidade coberta pela água estão expostos em uma pequena casa alugada pela Prefeitura."

Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio. Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto. Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação.

Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina.
(Memórias inventadas – As Infâncias de Manoel de Barros)

TRECHOS: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/antiga-jaguaribara-reaparece-nas-aguas-do-acude-castanhao-1.265925

Tuesday, September 23, 2014

de onde veio Marenka

Mapa Hidrográfico da República Checa:









- Rio Elba (nasce na República Checa)

- Rio Vltava, um afluente do Elba

- Rio Moldava

- Rio Berounka

- Rio Kamenice



JUNHO DE 2013:

As inundações na Europa central ameaçaram várias cidades da Alemanha, República Tcheca e Áustria, ao longo dos rios Elba e Danúbio. Nas áreas de risco, os moradores se revezavam dia e noite para encher sacos de areia para reforçar os diques. As autoridades de Praga, com a ajuda de soldados do Exército tcheco, levantavam barreiras de sacos de areia contra as águas.
Marenka ainda se encontra correndo por aí, carregando seus sacos de areia. de mentira.








































(AMULETOS! CARINHOS!)














































































Fotos retiradas do site:
http://noticias.uol.com.br/album/2013/05/04/tempestades-atingem-a-europa.htm#fotoNav=17

Monday, September 22, 2014

Carta a Salomão

Retorno a Atlântida (Mark Boellaard)

Irmaõs, Salomão nos enganou a todos. Mas reguei os meus neurônios. 

Salomão, te dei meu voto em troca de café. Achei que a terra fosse minha. No horizonte vêm vindo seus tratores. Espero que se arrependa. Melanias está muito magoado. Espero suas desculpas. Perdoei a máscara do líder. Te perdoarei também, assim que assumir seus erros. Espero suas desculpas e sua visita para que possamos tomar um café e colocar tudo em pratos limpos. Se puder, peça ao cientista pra criar um pouco de água no laboratório. Att, O homem chamado cavalo.

  • Lucas Nascimento eu não conhecia o Mark. achei por caso, pesquisando sobre Atlantida. Aliás, Ticiano Diógenes, sabe se existe alguma relação entre Atlântida e o Rei Salomão? parece que o templo dele seguia a arquitetura de Atlântida (!?!?!)
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  • Lucas Nascimento ele escreveu o Eclesiastes mas temo que também tenha sido precursor do neoliberalismo
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  • Ticiano Diógenes sim amado, tens razão nas tuas palavras, ele era total neoliberal, o reino de Israel se tornou a grande potência hegemónica da época - o que resulta nas reflexões de Eclesiastes, e na primeira diáspora judaica.

    e sim, Atlântida está no meio dessa história. como um rei iniciado, Salomão foi detentor de um poder mágico fortíssimo, e certamente conferenciava com os seres atlantes das cidades intra-terrenas, e os mestres galáticos, através da rede cristalina, pirâmides, etcs... temaço, hein!

Mas Salomão vem por meio do próprio homem chamado cavalo se redimir perante os homens. Infelizmente, a conversa entre os dois, dentro da casa, do corpo e do manto, não pode continuar porque levaram o café do homem e a água começou a surgir lentamente.