Wednesday, July 30, 2014

Referências

The Arrival - Shaun Tan












Referências - Filmes

Referências

Latcho Drom - Tony Gatlif
(Só consegui com legenda em italiano, mas são pouquíssimas falas, dá super pra acompanhar)



Belo Monte, anúncio de uma guerra - André D'Elia



Milton Santos, o mundo global visto do lado de cá - Silvio Tendler


Tuesday, July 29, 2014

underground

Uma cambada de bêbados. A banda segue quem está com a palavra rasgando a noite silenciosa com música e gargalhadas. Um gago negocia com uma puta na esquina. As bicicletas alimentam a energia da cidade. Há centenas de pessoas presas no subsolo. Elas pedalam. As luzes acendem. Elas pedalam. A comida gela. Elas pedalam. A televisão passa a noite ligada porque alguém gosta do barulhinho que ela faz. Dorme-se melhor assim. As bombas explodem e as pessoas dançam. Amarro você nas minhas costas e saímos pelas ruas. Um vento forte bate e todo o dinheiro voa. Os dançarinos tentam alcançar as notas sem parar de dançar. As bombas continuam. Os ciclistas continuam, a cidade vai se deixando engolir aos poucos, dolorosamente. Da mesma forma que a corda faz com o seu braço. Cada vez mais morto. Numa ponte, a banda se amarra pelos pés e toca de cabeça para baixo enquanto passamos por cima. Temos que parar para enterrar seu membro amputado. Damos a ele qualquer nome. De cima da carroça podemos ver o que deixamos pra trás. Luzes e amputações veldas. Continuamos. Quando eu pedalo as luzes do meu barco acendem. Você já não fala mais. Uma guerra não é uma guerra enquanto um irmão não matar o outro. E sigo colecionando nuvens.

Monday, July 28, 2014

Não tem pressa não.

Desde muito cedo sai de casa, a casa dos pais, os pais por considerá-los, considerados juridicamente, a justiça itinerante não legitima a mudança dos lares conforme à sazonalidade do desejo da cria.
Criado à base de mini churros e camarões ao catupiri, acostumou-se. E destinou seu tempo/espaço a construir maquetes que não materializar-se-ão, ilusão, profissional ilegal que brinca de dramatizar, drama general risada.
Brincava de estátua observando a paralisia irônica dos livros, comia borracha acreditando poder apagar a quantidade de balas loucuras que consumia compulsivamente.
QUE LEGAL! A MÚSICA! A MÚSICA? VAMOS ALI VER OS LIVROS! CADÊ? DÁ LICENÇA! TÔ FALANDO, DÁ LICENÇA! ME DEEEEEEEEEEIXA! AI! AI!
Sessão infinita, só escutava crianças. Salvador, quem salva a dor. Acompanha seus colegas assustador, curador, ensurdecedor. Salvaguarda a vida dos livros, cheirando-os. Claro, compulsivamente claro.
Irritava a mesma cor amarelo mostarda na calça do outro, não só a cor, modelo e dobradura da bainha, mas não tem bunda. Irritava menos, menos conteúdo.
Muito educado. Sorria aos fins de frase. Diplomata da infância. Rodin. Atichim! Claudel. Atichim! Manet. Atichim! Caravage. Atichim! A mulher de oncinha fotografa o livro da Nina Pandolfo com o celular vida que tudo faz. Brega.
Fugia das filas que só aumentavam com o badalar dos sinos. Sinal de desculpa na multidão literária. O gringo e o sábio. O primeiro tem bunda, usa jeans. Irrita o jeans, não no outro.
Troca olhar com o caixa. Melhor parar com a brincadeira da estátua.
Fecha o bloco. Coloca o crachá. E já para a fila!
Terminou antes de acabar. Nunca mais disse: não tem pressa não, viu.

Thursday, July 24, 2014

Andar e sonhar

Ando precisando parar de sonhar comigo mesmo. Ando precisado de sonhar com outros. Sonhar em saltar no trapézio; soltar do trapézio; cair na cama elástica; pular; e amortecer a queda no Líbano. Fazer esfirras dos mais variados sabores. Doces com mel. Ando e preciso do andar para esfriar os pensamentos movediços. Preciso esquentar a matéria e afogar o espírito.
Só não preciso acordar, enrolar a massa, estragar a torneira e sair à rua com a cabeça espumada ainda à procura de um bombeiro hidráulico.
Tá difícil sonhar com outros.
Tá difícil encontrar um bombeiro hidráulico que não se faça de marinheiro e vá pescar a mando do chefe na piscina da minha avó.
Preciso sonhar.
Preciso de um bombeiro hidráulico.
Preciso andar.

Wednesday, July 23, 2014

Monday, July 21, 2014

Sumé

Disco Paebiru, do Zé Ramalho e do Lula Cortes. 
"A principal inspiração dos músicos na criação do disco foi a Pedra do Ingá, situada no município de Ingá, no interior da Paraíba, que é hoje um dos monumentos arqueológicos mais significativos do mundo." (Wikipedia)
Algumas fotos que eu postei há uns dias são da Pedra do Ingá, da viagem que fiz pra terra cidade da minha avó.

Sunday, July 20, 2014

Música

Um por todos
(João Bosco e Aldir Blanc)

Do ventre chão da terra mãe

Nasce o herói improvisado
Querido filho pranteado da fortuna e do acaso
Avante, um por todos e todos por um!
Ficam das lutas ao longe
Duas medalhas pregadas em peitos de bronze
E as bandeirinhas e as rifas
O foguetório e a fanfarra
Meio velório, meio farra 
O sentimento dos teus pares 
Herói dos escolares e das lavadeiras
Ó Deus das moças solteiras 
Que rezam ao teu retrato sobre a penteadeira
Eu te conheço, sei o preço da fama
E não esqueço 
Que deitei em tua cama em teu berço
Eu sei teu preço, eu te conheço
Meu oportuno herói
Eu lavo as mãos, Pôncio cônscio pilhado em flagrante
Lavo as mãos e prossigo adiante 
Eu por mim mesma
Todos por mim, meu oportuno herói




Imagens do agreste